Débora Bloch assume Odete Roitman em 'Vale Tudo' e celebra legado de Beatriz Segall

Débora Bloch assume Odete Roitman em 'Vale Tudo' e celebra legado de Beatriz Segall

A conexão de Débora Bloch com Beatriz Segall antes de 'Vale Tudo'

Quando Débora Bloch foi anunciada como a nova Odete Roitman na aguardada versão de ‘Vale Tudo’, a notícia foi recebida como um gesto de respeito à trajetória de Beatriz Segall, atriz que eternizou a vilã em 1988. Só que, para Débora, essa responsabilidade vai além da escalação — guarda sentimentos antigos e uma história de encontros artísticos desde a infância.

Filha do também ator Jonas Bloch, Débora cresceu dentro dos bastidores da cultura brasileira. Seu primeiro contato real com Beatriz aconteceu nos corredores e palcos do teatro. Os pais de Débora e Beatriz atuaram juntos em montagens importantes, como uma versão de ‘Hamlet’, nos anos 70. Foi nesse clima de coxia, entre ensaios e conversas de camarim, que uma admiração nasceu e persistiu, até o primeiro grande mergulho televisivo de Débora.

O ano era 1982 e a jovem Débora tinha a chance de trabalhar ao lado de Beatriz na novela ‘Sol de Verão’. Ela viveu justamente a neta da atriz, num momento que ela mesma descreve como transformador. O convívio com duas gigantes, Beatriz Segall e Irene Ravache, deu não só a segurança de estar entre mestres, mas também o desejo de, um dia, imprimir sua própria marca na dramaturgia. Nesse período, Débora absorveu posturas, o rigor profissional da nova ‘avó artística’ e a generosidade em cena, num laboratório real para sua formação.

O desafio de ser Odete Roitman no século XXI

O desafio de ser Odete Roitman no século XXI

Quando a Globo decidiu ressuscitar ‘Vale Tudo’, ficou claro que ressuscitar Odete Roitman não era tarefa para qualquer atriz. O papel é talvez a maior vilã da teledramaturgia nacional, dona de frases cortantes e tiradas icônicas. Entre nostalgia e saudade, Débora sabe que o olhar do público está afiado para cada detalhe, comparando vozes, gestos, até os olhares que marcaram embalagem de Segall.

Débora, porém, faz questão de dizer que não quer imitar, mas homenagear Beatriz Segall à sua maneira. Ela vê o desafio como uma linha direta entre gerações de intérpretes. Chama Segall de ‘vó’, destacando o peso do laço que foi forjado não só no afeto, mas no aprendizado do ofício. “Existe uma passagem de bastão, uma responsabilidade de honrar a memória sem esquecer de trazer algo novo”, conta em entrevistas recentes.

O remake de ‘Vale Tudo’ está em produção para 2025 e já mexe com a ansiedade dos fãs. O capítulo da morte de Odete Roitman, com seu mistério e humor ácido, virou símbolo eterno e seu retorno promete novas discussões. O material promocional da Globo vem ressaltando a emoção da escolha: Débora aparece conversando sobre suas experiências com Beatriz, compartilhando fotos antigas, depoimentos emocionados do passado e a promessa de construir uma Odete contemporânea, sem perder a essência da crítica social e o sarcasmo que fizeram da personagem um fenômeno.

A repercussão cresce especialmente nas redes sociais, onde antigos colegas da dupla e fãs mais jovens celebram a dança entre tradição e inovação: olhar para trás, reconhecer a importância de quem abriu caminho, mas garantir a própria identidade. Nesse vaivém, Débora Bloch escreve, nos bastidores e na tela, mais um capítulo marcante na história da televisão brasileira, costurando memórias de gerações e celebrando, de fato, a força de Beatriz Segall e sua Odete Roitman.

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