Facundo Torres brilha e Uruguai supera Uzbequistão em amistoso emocionante
Quando Facundo Torres abriu o placar aos 51 minutos, o Uruguai já mostrava que sua estratégia experimental de Marcelo Bielsa não era brincadeira. No Hang Tuah Stadium, em Malaca, Malásia, a seleção uruguaia venceu o Uzbequistão por 2 a 1 nesta segunda‑feira, 13 de outubro de 2025. O duelo marcou o último compromisso da janela internacional de outubro e serviu de teste para jogadores que podem vestir a camisa da Copa do Mundo de 2026.
Contexto e antecedentes
Os dois lados chegavam ao amistoso com histórias bem distintas. O Uruguai, três dias antes, havia goleado a República Dominicana por 3 a 0 em Kuala Lumpur. Já o Uzbequistão, por sua vez, jogava com o que a MDK Travel definiu como "segundo time", sem algumas das peças-chave que normalmente compõem a formação principal.
O técnico argentino Marcelo Bielsa, então com 69 anos, utilizou a janela para experimentar jovens talentos de clubes sul‑americanos, deixando de fora nomes de peso como Federico Valverde, Darwin Núñez e Giorgian De Arrascaeta. A escolha gerou polêmica entre torcedores, mas também despertou curiosidade sobre quem poderia ser a próxima aposta para a Copa.
Detalhes da partida
A primeira etapa terminou sem gols, com ambas as equipes ainda sentindo o ritmo do jogo. Aos 51 minutos, Facundo Torres recebeu um passe de Fede Viñas após uma contra‑ataque iniciada por Ignacio Laquintana e finalizou com um chute potente que acertou o canto inferior esquerdo do goleiro uzbeque. A comemoração no gramado foi rápida: Torres correu em direção ao técnico, mas Bielsa, de pé atrás da linha de bandeira, apenas acenou, indicando que o objetivo era o coletivo, não o individual.
Dez minutos depois, Juan Manuel Sanabria, atacante do Real Betis, recebeu a bola na área e, com um toque sutil, enrolou o goleiro, ampliando para 2 a 0. O Uzbequistão tentou reagir, mas só conseguiu diminuir o placar aos 82 minutos, quando Ruslanbek Jiyanov converteu de pênalti após queda dentro da área.
O árbitro encerrou a partida aos 90'+5 minutos, mantendo a vitória uruguaia. Substituições estratégicas marcaram o ritmo: o Uruguai trouxe Nahitan Nández no lugar de Nicolás Fonseca, enquanto o Uzbequistão recorreu a mudanças nos laterais para tentar surpreender a defesa.
Reações de jogadores e torcedores
Logo após o apito final, Torres concedeu entrevista ao Footboom: "É muito bom marcar, mas o que realmente importa é mostrar que podemos contribuir no esquema que o Marcelo está construindo." Já Sanabria ressaltou a importância de manter a intensidade: "Precisamos de jogos assim para nos preparar para o Mundial. Cada minuto conta."
Nas redes, a comunidade uruguaia dividiu opiniões. Enquanto alguns elogiaram a ousadia de Bielsa, outros criticaram a ausência de Valverde e Núñez, temendo que a seleção perca parte de seu poder de fogo. No entanto, a maioria parece concordar que a vitória reforça a confiança nos novos nomes.
Impactos para a seleção uruguaia
A vitória encerra a janela internacional com três pontos ganhos, mantendo a posição do Uruguai na lista de seleções que ainda não enfrentaram adversários da Ásia ou da Oceania em 2025. Mais importante, cria um cenário de competição interna: jogadores como Torres, Sanabria, Emiliano Martínez e Laquintana agora têm argumentos sólidos para disputar uma vaga nos jogos classificatórios da Copa.
Do ponto de vista tático, Bielsa mostrou que prefere transições rápidas e pressão alta, algo que pode ser decisivo contra seleções europeias mais estruturadas. A defesa, liderada por o experiente Franco Israel, também demonstrou solidez, apesar da vantagem de um gol de diferença.
Perspectivas para a Copa do Mundo 2026
Com a América do Norte como sede, o Uruguai ainda tem duas qualificatórias pela frente. O técnico parece apostar que a combinação de experiência (Israel, Nández) e jovens promissores (Torres, Sanabria) será suficiente para garantir a vaga. Se a estratégia de Bielsa continuar, os próximos amistosos contra equipes da CONCACAF podem revelar ainda mais testes.
O Uzbequistão, por outro lado, ainda tem muito a ajustar. A falta de principais jogadores tornou o confronto desigual, mas a experiência de Jiyanov e a exposição a times sul‑americanos podem servir de aprendizado para futuros torneios asiáticos.
Fatos rápidos
- Data: 13 de outubro de 2025
- Local: Hang Tuah Stadium, Malaca, Malásia
- Resultado: Uruguai 2 x 1 Uzbequistão
- Gols: Facundo Torres (51'), Juan Manuel Sanabria (60'), Ruslanbek Jiyanov (82' pênalti)
- Escalação inicial do Uruguai: Franco Israel; Laquintana, Martínez, Nández; Torres, Sanabria, Martínez, entre outros
Perguntas Frequentes
Como a vitória afeta a seleção uruguaia rumo à Copa de 2026?
A vitória reforça a confiança de Bielsa nos jogadores testados, como Facundo Torres e Juan Manuel Sanabria, que agora podem disputar vagas nas próximas eliminatórias. Além disso, demonstra que o esquema tático baseado em transições rápidas continua eficaz.
Quais foram as principais ausências do Uzbequistão e como isso influenciou o jogo?
O Uzbequistão jogou sem figuras como Abbosbek Fayzullayev e Utkir Yusupov, que normalmente comandam o meio‑campo. Essa ausência reduziu a capacidade de manutenção de posse e a pressão defensiva, facilitando as transições uruguaias.
Por que Marcelo Bielsa optou por deixar fora jogadores como Valverde e Núñez?
Bielsa prioritizou a avaliação de talentos emergentes antes da Copa. Ele acredita que, ao testar novos rostos em amistosos, pode descobrir combinações que se adaptem ao seu estilo de pressão alta, sem comprometer a competitividade da equipe.
Qual foi o papel do goleiro Franco Israel na partida?
Franco Israel teve uma atuação sólida, fazendo defesas importantes nas bolas cruzadas do Uzbequistão e mantendo a linha de fundo segura, o que permitiu que a defesa uruguaia mantivesse o foco nas investidas ofensivas.
O que podemos esperar dos próximos amistosos da seleção uruguaia?
Nos próximos confrontos, Bielsa deve continuar testando jogadores dos clubes brasileiros e argentinos, além de experimentar variações táticas. A expectativa é que o time mantenha a mesma intensidade e busque consolidar quem realmente merece estar na lista final para as eliminatórias.
É inaceitável que, mesmo diante de uma vitória tão expressiva, a imprensa se detenha apenas nos méritos individuais, ignorando o gênio tático de Bielas. A demonstração de Facundo Torres revela não só talento, mas uma disciplina rara nos jovens modernos. Se continuarmos a glorificar apenas os astros, jamais compreenderemos a magnitude do coletivo que está sendo construído. Portanto, exijo reflexão profunda sobre a verdadeira essência do futebol argentino‑uruguaio.
Enquanto os torcedores aplaudem o placar, poucos percebem a dialética subjacente entre a necessidade de renovação e a tradição obstinada. A escolha de Bielas, ao relegar Valverde e Núñez ao banco, encarna a tese hegeliana da síntese entre o antigo e o novo. Se não compreendermos essa inversão de valores, permaneceremos presos a uma visão míope do futebol. Basta de superficialidades; o futuro exige pensamento crítico.