Ponte Preta, Náutico, Londrina e São Bernardo garantem acesso à Série B em 2026

Ponte Preta, Náutico, Londrina e São Bernardo garantem acesso à Série B em 2026

Quatro clubes brasileiros vivem um dos momentos mais importantes de suas histórias recentes. No sábado, 11 de outubro de 2025, após a última rodada do quadrangular final da Série C 2025, a Confederação Brasileira de Futebol confirmou: Ponte Preta, Náutico, Londrina e São Bernardo conquistaram o acesso à Série B em 2026. A emoção foi tanta que torcidas invadiram gramados, gritos ecoaram em estádios de Campinas a Recife, e até comentaristas de TV se emocionaram ao descrever o desfecho — um dos mais dramáticos da história da terceira divisão. Mas o que parecia uma simples promoção é, na verdade, uma redenção, um retorno à luz após anos de escuridão, dívidas e rebaixamentos. E isso, claro, importa muito mais do que um simples título de campeão da Série C.

Os campeões do quadrangular: como cada um chegou lá

No Grupo B, o Londrina foi o mais consistente. Com 10 pontos em seis jogos (duas vitórias, quatro empates, nenhuma derrota), o time paranaense liderou com autoridade, mesmo sem brilhar em jogos espetaculares. O São Bernardo, de São Paulo, chegou em segundo com sete pontos — mesmo número do Floresta, mas com quatro gols marcados contra apenas dois do adversário. O critério de desempate, como sempre, foi decisivo. O Caxias, por sua vez, fez uma campanha surpreendente de resistência: quatro empates, mas sem vitórias, e acabou fora da briga. A paciência venceu a impulsividade.

No Grupo C, a Ponte Preta foi a grande surpresa. Com 13 pontos (quatro vitórias, um empate, uma derrota), o time campineiro dominou a fase, mesmo sem contar com uma artilharia estrelada. Já o Náutico, de Recife, chegou à vaga com 8 pontos, empatado com o Guarani em vitórias, mas com um gol a mais no saldo. O Guarani, que vinha com a expectativa de voltar à elite, viu seu sonho se desfazer no último minuto. O Brusque, por fim, foi o mais frustrado: duas vitórias, mas quatro derrotas, e a sensação de que podia ter feito mais.

A última rodada: emoção, invasões e gols que mudaram histórias

O sábado, 11 de outubro, foi um dia que os torcedores de quatro clubes nunca esquecerão. No Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, a Ponte Preta venceu o Guarani por 2 a 0. Bruno Lopes abriu o placar com um chute de fora da área, e Luiz Felipe, de cabeça, fechou o jogo. A torcida cantou desde o primeiro minuto — e não parou até o apito final. O Guarani, que precisava vencer e torcer por um resultado adverso, viu sua classificação desmoronar.

Na mesma tarde, no Estádio Aflitos, em Recife, o Náutico enfrentava o Brusque. O jogo estava em 1 a 1 quando, aos 43 minutos do segundo tempo, o meia Matheus Nascimento recebeu passe de Lucas Lima e bateu cruzado. O gol veio, e a torcida invadiu o gramado. Seguranças não conseguiram conter a onda humana. Foi caos. Mas um caos bonito. Um caos de quem finalmente voltou a acreditar. O Náutico, que havia caído para a Série C em 2022, estava de volta. Aos 43 minutos, a história mudou.

Enquanto isso, no Estádio do Café, em Londrina, o empate entre Londrina e São Bernardo por 1 a 1 foi suficiente para garantir a liderança do grupo e a vaga direta. Nenhum gol de desespero. Nenhuma jogada milagrosa. Apenas disciplina tática e calma. O São Bernardo, por sua vez, mesmo empatando, garantiu sua primeira promoção à Série B desde 2017. Um clube que quase desapareceu nos últimos anos, com dívidas e trocas de presidentes, agora tem um futuro escrito em azul e branco.

Quem são os novos chegados? Um pouco de história

A Ponte Preta, fundada em 11 de agosto de 1900, é o clube mais antigo entre os quatro. Com dois títulos estaduais e um vice-campeonato brasileiro em 1979, nunca conquistou um título nacional. Agora, busca seu primeiro título da história — e a final contra o Londrina pode ser o primeiro passo. O Náutico, fundado em 1901, tem tradição no Nordeste, mas viveu anos de decadência. A última vez que esteve na Série B foi em 2021. O Londrina, fundado em 1956, é um clube de pequena torcida, mas com identidade forte. Voltou à Série B pela primeira vez desde 2015. Já o São Bernardo, fundado em 1921, é um clube moderno, nascido da junção de dois times da região do ABC. Nunca havia subido à Série B. E agora, chegou.

Quem vai enfrentar quem? A final da Série C

Quem vai enfrentar quem? A final da Série C

A final da Série C 2025 será entre Ponte Preta e Londrina. Os jogos estão marcados para 19 e 26 de outubro de 2025. O primeiro será em Campinas, o segundo em Londrina. O vencedor leva o troféu — mas, para os dois, o verdadeiro prêmio já foi conquistado: a volta à elite. O campeonato, como sempre, termina com um campeão. Mas a Série C sempre tem mais de um vencedor.

O que vem a seguir? A Série B de 2026

Na Série B, os quatro clubes vão enfrentar adversários de peso: Botafogo, Cruzeiro, Vasco, Criciúma e outros que já estão lá. O nível técnico será muito mais alto. A pressão, maior. Os salários, melhores. Mas o espírito? O espírito será o mesmo: o de quem não desistiu. A CBF já anunciou que os quatro clubes terão apoio logístico e de marketing para facilitar a transição. E isso é essencial. Porque subir é só o começo. Sustentar-se é o desafio real.

Vozes que explicam o que isso significa

Vozes que explicam o que isso significa

Ubiratan Leal, comentarista da ESPN Brasil, analisou o desfecho no episódio #381 do "Tá com o Livro!". "Esses clubes não são só times. São comunidades inteiras que se reergueram. O São Bernardo, por exemplo, tem uma torcida que não viu futebol de elite em quase uma década. Isso aqui não é promoção. É ressurreição." O jornalista ainda destacou que três dos quatro clubes conseguiram a vaga apenas na última rodada — algo raro na história da Série C. "Nunca vi tantas histórias se decidirem ao mesmo tempo. É o futebol brasileiro em sua forma mais pura: emocional, imprevisível, humano."

Frequently Asked Questions

Como foi decidido o acesso entre São Bernardo e Floresta, que terminaram com 7 pontos cada?

O critério de desempate foi o número de gols marcados. O São Bernardo marcou 4 gols em seis jogos, enquanto o Floresta marcou apenas 2. Mesmo com o mesmo saldo de pontos, o time de São Bernardo do Campo avançou por superioridade ofensiva, como determina o regulamento da Série C. Isso foi confirmado pela CBF e reforçado pelo Jornal da Paraíba após a análise da tabela final.

Por que a Ponte Preta já estava classificada antes da última rodada?

A Ponte Preta garantiu matematicamente seu acesso com uma vitória sobre o Brusque na rodada anterior, somando 13 pontos e deixando o Guarani com apenas 7 — mesmo número, mas com diferença de saldo de gols. Com apenas dois jogos restantes, o Guarani não conseguia mais alcançar o número de pontos da Ponte, mesmo vencendo todos os jogos. A classificação foi confirmada antes da última rodada, tornando o jogo contra o Guarani apenas uma formalidade para definir o líder do grupo.

Qual é a importância histórica do acesso do São Bernardo à Série B?

O São Bernardo nunca havia disputado a Série B desde sua fundação em 1921. Antes disso, o clube viveu períodos de crise financeira e até perda de sua sede. Em 2020, chegou a ser rebaixado à Série D. A promoção em 2025 representa o retorno à elite após quase uma década de esforços internos, gestão moderna e apoio da prefeitura local. É a primeira vez que um clube do ABC Paulista chega à Série B com identidade própria, sem ser filial de outro time.

O que acontece se a Ponte Preta vencer a final da Série C?

Mesmo que a Ponte Preta vença a final, já está classificada para a Série B. A final da Série C é apenas para decidir o campeão da competição — e não afeta a promoção. Os quatro clubes já garantiram o acesso. Vencer a final traria o troféu, mas não mais vaga. Para a Ponte, isso seria um bônus: seu primeiro título nacional da história, algo que o clube busca desde 1979, quando foi vice-campeão brasileiro.

Quais são os próximos passos para os clubes promovidos?

Agora, os quatro clubes precisam reforçar os elencos, negociar contratos com patrocinadores e adequar seus estádios às exigências da CBF para a Série B — como iluminação, segurança e capacidade mínima de 15 mil espectadores. O São Bernardo, por exemplo, já anunciou a reforma do seu estádio. O Náutico planeja aumentar o número de jogadores com experiência na Série A. E a Ponte Preta busca um técnico com histórico de gestão de elencos de médio porte. O trabalho real começa agora.

Por que o acesso da Ponte Preta é tão simbólico para os torcedores?

A Ponte Preta é um clube que viveu grandes glórias nos anos 70 e 80, mas caiu em decadência nos últimos 20 anos. Passou por rebaixamentos, dívidas, trocas de presidentes e até a perda de seu tradicional estádio. Voltar à Série B é o primeiro passo para recuperar a identidade. Para muitos torcedores, é como se um parente que estava desaparecido voltasse para casa. O time não é só um clube — é memória, geração, tradição. E agora, pela primeira vez em 12 anos, há esperança real de renascimento.