São Silvestre 2024 bate recorde: mais de 37 mil corredores na maior edição da história

Recorde histórico de inscrições
A 99ª São Silvestre ultrapassou a marca de 37 mil corredores inscritos, chegando a 37.500 atletas de 40 países diferentes. É o maior número de participantes em quase um século de história da corrida, que nasceu da ideia do jornalista Cásper Líbero em 1925. A única interrupção foi em 2020, quando a pandemia de Covid‑19 forçou o cancelamento. Em 2024, a corrida volta com força total e, claramente, com mais gente querendo cruzar a linha de chegada.
Um dos números que chama a atenção é a participação feminina: 14.625 mulheres se inscreveram, o que representa um aumento de 2% em relação ao ano anterior. Essa alta demonstra que a prova está se tornando cada vez mais atrativa para as corredoras, consolidando seu papel de incentivo à igualdade de gênero no esporte.
O alcance internacional também ficou mais evidente. Atletas provenientes de 40 nações marcaram presença, reforçando o caráter global da prova e a reputação de São Paulo como palco de eventos esportivos de alto nível.

Novidades e protagonistas da corrida
2024 traz algumas mudanças operacionais importantes. Pela primeira vez, a organização – agora sob o comando da Vega Sports – adotou o sistema de largadas em ondas, que ajuda a evitar aglomerações nas primeiras dezenas de quilômetros e garante mais segurança para todos.
O percurso de 15 km segue pelas avenidas mais emblemáticas da capital, cruzando a zona sul, o centro e a zona oeste, tudo balizado por milhares de espectadores nas ruas. A transmissão começa às 7h30 na TV Gazeta e na Globo, garantindo que quem não puder estar na linha de partida acompanhe tudo em tempo real.
No quesito patrocínio, a corrida conta agora com 11 grandes marcas, entre elas Asics e Caixa, que veem na São Silvestre uma vitrine para associar seus nomes a um dos eventos esportivos mais tradicionais do país.
Entre as atletas brasileiras de destaque, a corredora Kleidiane Barbosa Jardim, que ficou em sétimo lugar em 2023, acredita que 2024 pode ser o ano da sua primeira subida ao pódio. Ela tem acompanhado o progresso de Núbia de Oliveira Silva, campeã do Asics Golden Run SP, que sonha em quebrar a sequência de derrotas brasileiras na categoria feminina – a última vitória aconteceu em 2006, com Lucélia Peres.
No masculino, o desafio também é grande: o último corredor brasileiro a vencer a prova foi em 2010. Por isso, nomes como Justino Pedro da Silva, Edson Amaro e Joílson Bernardo têm treinado intensamente, inclusive em altitude, para tentar mudar esse cenário.
Um dos grupos que tem se preparado com mais afinco é o da Associação de Atletismo Petrolinense (APA) de Pernambuco. Liderados por Mirella Saturnino, eles fizeram um acampamento de altitude em Paipa, na Colômbia, junto a outros atletas como Anastácia Rocha e José Márcio Leão. Essa estratégia de treinamento busca melhorar a resistência e a capacidade aeróbica, cruciais para enfrentar os 15 km da corrida.
A edição de 2024 recebeu o Selo de Ouro e a Permissão nº 32/2024 da Confederación Brasileira de Atletismo (CBAt), certificando seu alto padrão organizacional e sua importância no calendário nacional de atletismo. Como o último grande evento de corrida do ano, a São Silvestre encerra a temporada com uma festa de energia, competição acirrada e, claro, milhares de histórias de superação nos trechos das ruas paulistanas.